Semana passada nós discutíamos uma pergunta do Paulo sobre a manutenção ou não dos investimentos em um fundo PIBB que ele entrou em 2008.
Continuando o tema do momento certo para sair, sabemos que a melhor hora para a entrada em um mercado é aquela na qual ele está em baixa. Mas descobrir isso é o que todo mundo quer. Como você não tem poder para influenciar sozinho a formação dos preços e, como seu dinheiro não está à disposição sempre, há algumas opções de tentar “adivinhar” estes movimentos.
Dei uma olhada no passado do PIBB e da LFT (Letra do Financeira do Tesouro, que pode ser adquirida por meio do Tesouro Direto). Fiz uma aplicação de exatos R$ 100,00 desde agosto de 2004 até dezembro de 2011 e comparei o resultado com o mês de janeiro de 2011.
Para detalhar um pouco mais o processo, imaginei o seguinte: fazendo de conta que o investidor receba o salário entre o dia 5 e o dia 8 (ele deve recebê-lo até o quinto dia útil do mês), e aplicando este valor em um fundo PIBB vendido pelo Banco do Brasil, com uma taxa de administração de 1,5% ao ano. Opcionalmente, fiz a mesma coisa, comprando frações de LFT vendidas pelo Tesouro Direto.
O primeiro comentário que faço sobre esta modalidade de aplicação é que não é possível realizar exatamente isso no caso da LFT, porque não dá para comprar exatamente R$ 100 todo mês. De fato, o valor mínimo para investir em LFT é de aproximadamente uns R$ 900 e não dá para ser exato.
Outra ressalva dessa comparação diz respeito às taxas. Enquanto o fundo PIBB já está com todas as taxas descontadas (à exceção do imposto de renda no saque), a aplicação em LFT não. Nesta última ainda deveriam ser extraídos os custos com a CBLC (BM&FBovespa) e com a taxa de custódia da corretora/banco (que pode até ser zero em alguns casos).
Eu utilizei a LFT porque é um indicador bem isento de risco, servindo para denotar uma aplicação conservadora.
Bom, o que verifiquei foi que a taxa de remuneração do PIBB ficou em média, 1,04% ao mês, nesse período, enquanto a LFT (bruta de custos) rendeu 0,94%. Não foi, portanto, uma diferença considerável (é certo que se tirarmos os custos da LFT ela pode aumentar), mas é alguma coisa, principalmente se considerarmos o longo prazo. Neste período, os R$ 100 por mês viraram R$ 11.857 no PIBB, e R$ 11.312 na LFT bruta. Foi um total de R$ 7.700 em depósitos.
Vamos aplicar o mesmo método agora para um período menor, desde janeiro de 2008, conforme os gráficos da postagem anterior.
Os resultados foram os seguintes: PIBB líquido de custos rendeu 0,8% ao mês, enquanto a LFT bruta atingiu 0,81%.
Se você observar o segundo gráfico, percebemos que uma única aplicação em janeiro de 2008 teria gerado um prejuízo da ordem de 20%, enquanto no nosso caso, você teria obtido um retorno positivo.
Mas a gente discute um pouco mais noutra postagem.
E se a comparação fosse feita aplicando-se diretamente nas cotas do PIBB11? Qual o resultado?
Olá, Afranio,
Depende muito da quantidade de cotas que você tenha comprado e da taxa da corretora. De um modo geral, se você pagou uma taxa baixa de corretagem e a tarifa de custódia mensal não é cobrada pela corretora, o seu rendimento no PIBB11 tende a ser maior do que o do fundo, porque o ativo no qual o fundo investe é exatamente o mesmo, mas o fundo cobra uma taxa de administração maior.
Quanto mais dinheiro você tiver no PIBB em comparação com o fundo, maior será a diferença no rendimento, principalmente com o passar do tempo.
Abraço do Beto
Eu apliquei R$5.000,00 em 2008 no antigo banco Sudameris que foi comprado pelo Banco Real e agora Santandder. Quanto eu deveria ter hoje??? Foi um bom investimento?? Devo continuar investindo no PIBB?
Obrigada
Ola Humberto,
Venho aplicando em um fundo PIBB do Santander desde de set/2010. Sempre o mesmo valor e sempre na mesma data do mês. Com excessão de dois meses, só obtive prejuizo em todas as aplicações.
Minha intenção agora é retirar todo o investimento, já que só tenho perda. Para ter uma ideia, hoje tenho menos do que o valor original investido.
Tenho dúvida se devo retirar tudo agora, ou se espero mais um pouco. Acho muito improvavel recuperar, no tempo, pelo menos o que perdi. O que acha?
Olá, Paula,
O grande problema nessa sua aplicação é você utilizar um fundo PIBB vendido por banco. Nele, há a cobrança de uma taxa de administração anual de 1,5%, quer você ganhe dinheiro ou não.
Realmente, a bolsa andou em baixa nesse período que relatou. Não sou vidente, mas acho que as perspectivas disso mudar no curto prazo não são das melhores.
Vender agora pode ser bom se a bolsa continuar caindo, mas péssimo se ela começar a subir.
Tenho visto que você tem uma boa resistência a variações de preço, provavelmente porque deve ter lido muito sobre isso antes de investir.
Lembre-se, que você está comprando cotas de fundos, e que se compra-as baratas, em um momento de valorização, pode beneficiar-se.
Avalie também qual o impacto desses valores na sua vida financeira, e qual é o uso que daria para tais recursos.
Infelizmente, isso é tudo o que posso dizer para você.
Abraço do Beto