Um dos problemas de endividamento é gerado em função da nossa incapacidade de dizer não. Tanto do ponto de vista material, isto é, no momento de atender a um pedido de compra de determinado bem, quanto no instante em que prestamos “garantia”, de qualquer forma, a um terceiro. Vou falar rapidamente sobre a segunda opção, isto é, a prestação de garantia.
A garantia que prestamos a certas pessoas que, em geral, estão muito próximas do nosso círculo de relacionamento, tendem a se dar nas mais diversas maneiras. Desde uma fiança, um aval, ou, no extremo, o empréstimo de um cheque pré-datado (o rigor linguístico denomina pós-datado).
Vou deixar a postagem sobre as possíveis negativas para quem está sujeito a uma abordagem destas para depois, embora ser sincero pode ser uma grande solução, ou mesmo enviar este texto para o solicitante. O que vou comentar agora é o risco para quem concede.
Quando um credor pede que o devedor apresente uma garantia, ele está querendo proteger o seu patrimônio (seu crédito, seu dinheiro). Quando você presta esta garantia você acaba sendo o “credor” sem receber nada em troca.
O problema aí é que, mesmo que você seja uma pessoa extremamente desprendida dos bens materiais, é bom que haja, no seu planejamento financeiro, uma reserva para fazer frente ao pagamento da garantia. Se não houver esta reserva, não faz sentido prestá-la.
Ainda que a pessoa seja muito legal, imprevistos acontecem, e você pode se ver em uma situação na qual, para proteger uma outra pessoa, você se prejudicou. É mais ou menos como uma loteria ao contrário, e o pior: com uma probabilidade muito maior de ser “sorteado” do que as demais que encontramos por aí.
Portanto, se for prestar a garantia, avalie o montante que está em jogo, e separe um dinheiro para honrá-la, caso seja necessário. Se outras pessoas dependem de você, a situação é ainda pior.
Se tiver interesse em ver como a justiça tem tratado o assunto do ponto de vista do fiador, assista a um programa do STJ, clicando aqui.
Grande Beto, bom dia!
Como o Banco Mercantil do Brasil, está firme e forte até hoje, com tantes fusões e aquisições de bancos no Brasil?
Grato,
Moisés
Grande Moisés,
Sua ausência no blog estava sendo sentida.
Olha, meu amigo, eu não me sinto à vontade para fazer comentário sobre solidez de qualquer banco que seja (pequeno, médio ou grande), dadas as implicações legais que isso pode ter.
Espero que você compreenda.
Forte abraço do Beto
Beto, Ok e entendido.
Agora a pouco (cerca de 2 horas), um amigo do meu pai estava comentando aqui na nossa querida Zona Rural no centro-oeste goiano, que várias Fazendas já foram vendidas devido ao “tal do aval”.
Também contou que um cara se aposentou num programa de aposentadoria voluntária do Banco do Brasil e emprestou para o cunhado, cerca de R$ 90.000,00; dinheiro que recebeu no acerto. Resultado: perdeu o amigo e o dinheiro, ficando com a aposentadoria “proporcional”.
EM RESUMO: “é melhor ficar amarelo de vergonha por falar um não; do que vermelho de raiva, quando não receber o dinheiro”!
Grande!
Este é o melhor conselho para esta hora!
Abração
Beto,
Excelente artigo e é de uma realidade absurda o que você transmitiu.
Quantas e quantas vezes pessoas que não conseguem dizer não, envolvem-se em sérias crises financeiras?
Por mais que queiramos ser educados e gentis com pessoas próximas e que nos são valiosas, mas existem momentos em que necessitamos dizer “não”.
Parabéns.
Oi Beto
aforei seu relato sobre cheques, é verdade o que diz sobre os problemas que os cheques dados como garantia causam a centenas de pessoas. eu mesma ha anos nõ consigo sair do vermelho em grande parte porque não consigo resistir a tentação de comprar com cheques pre datados. Ja tive passei por dificuldade financeira mas ainda uso cheques pre datados e cartões de credito , por favor me envie alguma sugestão milagrosa de como sair do cheque especial e de uma divida que ´´e dez vezes o meu slario.
Olá Beto,
Excelente artigo, foi muito bom ter lido.
Parabéns!!
Marlene
Olá, Marlene,
Muito obrigado.
Abraço do Beto