Por que você paga consumação mínima?

Inicialmente, vamos pensar no seguinte: o preço que um determinado vendedor considera ser mínimo para um produto, por exemplo, é R$10. Suponha que um determinado comprador estivesse interessado em comprar esse produto pagando até R$15, outro R$12 e outro R$10 (quem quiser comprar por menos o produto não estaria disponível). Se o vendedor pudesse diferenciar o preço, faria uma negociação com cada um, mas não pode, então, estabelece os R$10 e deixa de ganhar R$ 7.

Vamos agora para o caso da consumação mínima.

Esta é uma forma de diferenciação de preços para que o empresário possa obter o máximo de lucro possível. Vamos imaginar uma consumação de R$20. Imaginando que ele cobre R$5 por uma dose. Quem está disposto a pagar R$10 por dose, paga a consumação mínima de R$20 e só bebe duas. Quem sabe que bebe 5 doses, pagará o valor real cobrado pela dose, ou seja, R$5 (o total da conta será R$25, ou seja, a consumação mais R$5). Aí, em vez de cobrar R$5 de todo mundo (e perder 5 reais por cada cara que estava disposto a pagar 10), ele usa esse artifício para cobrar R$10 do que topa pagar R$10 e R$5 do cara que só topa pagar isso.

Só pode praticar essa diferenciação o comerciante que é MONOPOLISTA ou OLIGOPOLISTA. Caso contrário, não há como fazê-lo, pois o cliente vai no vizinho e compra mais barato.

No caso do bar, o dono pode fazer isso, pois, ele é um mini monopoilista. Se todo mundo quer ir ao bar dele é porque é “da moda”, ou o dono oferece alguma coisa que as pessoas acham que só existe lá.

No caso dos serviços públicos como água, luz e telefone fixo, e o celular enquanto os números não forem transferíveis (portabilidade) de uma operadora para a outra, a coisa fica assim: o fornecedor dos serviços pode cobrar a assinatura básica, que, em última instância, é uma forma de praticar a diferenciação de preços.

Lembre-se que temos a ilusão de que a agência reguladora deveria existir para controlar os abusos.