Esta postagem será um pouco mais longa, por isso estou dividindo e escrevendo aos pedaços. Vamos falar um pouco sobre o sistema de crédito americano e as agências de classificação de risco. O ponto de partida será a questão do rebaixamento das seguradoras de crédito.
Entender o que um rebaixamento significa é fácil quando falamos de futebol ou de escola de samba. Quando o assunto é agência de classificação (rating), títulos, hipotecas, securitização, a coisa sai um pouco do controle.
Eis que surjo para jogar uma luz nessa confusão. Por que eu estou fazendo isso? Porque é um lance tranqüilo de entender e eu tenho a impressão que é uma questão de jogo de palavras que pode ser facilmente decifrado.
Vamos começar com a filosofia:
Eu (EUA) preciso desenvolver um mercado de títulos de crédito. Por que? Porque com um mercado de crédito desenvolvido a economia cresce mais facilmente, pois, onde houver sobra de recursos será possível alocá-los nos locais (ou negócios) em que houver carência. Em suma, o dinheiro não fica parado. Outra vantagem de um mercado de crédito (com os bancos apenas auxiliando) é que as operações não ficam concentradas nos bancos.
Voltando à historinha: Para desenvolver um mercado de crédito, é necessário que uma pessoa no Ceará possa “emprestar” dinheiro para um empresário do Rio Grande do Sul. Então há um problema de crédito e outro de instrumento. O de crédito é o seguinte: como o credor cearense poderá saber se o devedor gaúcho tem condição de pagar. Quanto ao instrumento, o credor cearense precisa de um documento registrando esta dívida.
Vamos começar pelo final, tratando do instrumento. Esse problema foi resolvido há muito tempo, com o código comercial e é denominado título de crédito. Há um monte deles por aí e não vamos discutir isso agora, mas vamos simplificar pensando, toda vida que ouvirmos a palavra “título” que quem emitiu está devendo e quem detém é credor.