A palavra securitização é a mais infeliz que os “tradutores” do nosso mercado financeiro utilizaram para denominar o evento da securitization. Securities, em inglês, é uma palavra que se aplica a denominar genericamente os títulos. Como discutimos aqui, a idéia que os americanos têm (e nós ainda não difundimos esse conceito em nossa sociedade) é que um título é algo em que se pode guardar os recursos e que também podemos facilmente vender para outro aplicador, quando precisamos resgatá-lo.
Por esse motivo, os americanos criaram a “securitização” (o certo no Brasil seria titularização) para transformar empréstimos que não se dão na forma de títulos, em títulos. É assim, suponha empréstimos feitos por empresas de cartão de crédito. Nesses casos, os consumidores não emitem títulos para passar para a administradora de cartões. Eles simplesmente sacam os plásticos e passam nas maquinetas. Toda a operação é formalizada por meio de um contrato.
O que se faz, então, titulariza-se (ops!), securitizam-se vários desses contratos em um título único, e este título único é vendido no mercado, transferindo os créditos da administradora de cartões para o detentor do título.
Esta é a securitização.
Com esses ingredientes já podemos entender o que aconteceu no mercado de crédito dos Estados Unidos, o que faremos na próxima postagem. Para quem quiser usar os textos até aqui para já saber onde a coisa vai dar, aconselho a dar uma olhada na série Subprime do blog.
Na próxima postagem vamos falar no nó de crédito que a economia americana está e o problema que isso causa para que a redução de juros que o FED vem praticando chegue até a economia real.
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