Cheguei a fazer uma sequência de postagens sobre as explicações para as altas e para as quedas nas bolsas. Ao final do dia, acessava as páginas de alguns periódicos e reproduzia a “justificativa” para o acontecido.
A verdade é que, mesmo dando um bom motivo para o movimento verificado no dia recém acabado, era totalmente incerta a sua aplicação aos números do dia seguinte. Não há, na maioria das vezes, um elemento que ligue um dia ao outro, se formos seguir o que dizem os analistas.
Todavia, há certo tipo de análise (que vou mostrar mais abaixo) que me agrada um pouco mais, que é aquela que sai do piso e olha a coisa pelo teto, isto é, de cima.
Embora este procedimento não nos garanta coisa alguma no que se refere aos movimentos de curto prazo, uma vez que a simples existência de liquidez é capaz de alterar os preços das ações até determinado ponto, para o longo prazo ele é sim, aplicável.
Coletei, para nossa discussão, uma série de observações, todas com relação ao mercado dos EUA, com as quais concordo, e vou listá-las aqui.
- O dólar tem perdido valor;
- O retorno que as empresas têm obtido é atribuído, de forma primordial, à redução de custos (isso não se mantém de maneira indefinida no tempo);
- De 10 setores da economia dos EUA apenas o setor financeiro apresentou aumento de receita;
- O setor exportador é quem está apresentando ganhos, em função da desvalorização da moeda local;
- O custo do crédito está baixo, comparado com o que deveria ser para compensar os riscos atuais, em razão da intervenção do FED no sentido de prover recursos ao mercado privado;
- O grupo de analistas econômicos do Wells Fargo afirma que a influência política sobre a economia irá durar mais que o necessário, tendo em conta que os grupos de interesse atuarão no sentido de manter os consumidores comprando;
- O aumento das taxas de juros na Austrália, embora não levem a comportamento semelhante nos EUA, enfraquecem ainda mais o poder de compra do dólar, encarecendo, para os americanos, os produtos estrangeiros;
Com esse quadro, é possível ter uma visão para um prazo mais longo dos nossos investimentos.
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