A reportagem de capa do caderno Eu&Investimentos do jornal Valor Econômico de 08 de junho demonstra, por meio de uma matéria de Angelo Pavini sobre fundos de investimento, um dos motivos da rigidez dos preços.
Rigidez dos preços tem a ver com a manutenção desses preços em valores mais altos, quando as condições apontariam para uma redução.
A reportagem, em si, não aborda diretamente isso, mas podemos deduzir a partir de uma leitura mais atenta.
A resposta encontrada pelas instituições financeiras à queda dos juros e a diminuição da diferença entre a remuneração da Poupança não foi o barateamento das taxas de administração, mas a “abertura” da entrada para outros fundos com taxas de administração menor. Explico: um fundo que, por exemplo, tinha um limite mínimo de aplicação de R$ 10.000,00 foi reduzido para R$ 5.000,00. Estes fundos com maiores valores de entrada são normalmente aqueles que têm menores taxas de administração.
O resultado é o seguinte: o pequeno investidor que está num fundo de taxa alta, se não tomar a atitude de mudar, vai assumir um custo maior.
É a aposta na inércia dos investidores que orienta a atuação dos bancos. Isso se repete nas operações de crédito. Se o consumidor não se movimentar, se não procurar uma taxa de juros menor, vai pagar mais.
A saída dos bancos é engenhosa, e lhes garantirá uma renda a mais em um processo de esvaziamento dos fundos mais caros. Se eles tivessem baixado a taxa de administração a perda seria imediata. Agora, só perdem quando o cliente muda de investimento.
Do ponto de vista de orientação financeira para o consumidor, todavia, demonstra que a regra do “farinha pouca, meu pirão primeiro” está em pleno vigor e que o tal do “foco no cliente”, é aplicado, mas, no caso, o foco é numa parte específica do cliente: o bolso. Na verdade é o que venho repetindo aqui: devemos nos educar financeiramente para tomarmos nossas próprias decisões, não esperar pela atuação dos outros.
Muito bom, quando vou aplicar dinheiro sempre olho as taxas cobradas e o rendimento passado para ter uma noção, feito a aplicação, fico comparando a aplicação escolhida com os demais similares para a quantia de dinheiro aplicado.
Uma pequena diferença percentual mensal faz uma boa diferença em 1 ano.
Poderia comentar alguam coisa a respeito de fundos imobiliários, se são uma boa alternativa de investimento.
Atenciosamente.
Olá, Peter,
Os fundos imobiliários são uma boa opção, mas o rendimento deles é um pouco menor, principalmente quando há maior procura por eles. Ocorre a mesma idéia dessa postagem:
Abraço do Beto