Como há um percentual grande de visitas na página que são novos, aproveito a baixa da Selic para dar essas dicas que podem ser valiosas para os aplicadores. Refiz alguns cálculos para a nova taxa, mas a idéia é a mesma.
Não são sugestões de investimento, mas um aviso. As aplicações aqui tratadas não esgotam o espectro de opções disponíveis aos poupadores, muito menos são adequadas para aquelas pessoas que tem perfil mais arrojado.
Vamos ao texto:
Com a redução das taxas de juros, mais cuidado é preciso com relação aos custos incorridos nas aplicações financeiras. Pense bem: se você recebe 9,25% de juros ao ano sobre seu investimento e paga de taxa de administração o percentual de 2% ao ano. O que acontece?
Muito simples, de cada R$ 9,25 que você ganhar, R$ 2,00 irão ficar com quem presta o serviço. Isto quer dizer que você tem que abrir os olhos! Vamos supor agora que você aplique no Tesouro Direto remunerados pela Selic (LFT) ou em fundos DI. Como as taxas estão caindo, se as despesas administrativas forem elevadas, grande parte do seu dinheiro ficará com a instituição.
Como esse percentual de taxa se aplica não sobre o ganho que você obtém, mas sobre o valor aplicado, trata-se de um item muito oneroso no momento de queda de taxas de juros.
O CDB DI, diferentemente, é mais amigável, uma vez que ele transfere uma parcela dos ganhos obtidos com o DI, que podem chegar até a 100% hoje em dia, graças à luta do pessoal que divulga a educação financeira no País.
Todo cuidado é pouco, também quando vamos aplicar em CDB-DI, porque o banco pode oferecer uma taxa bem baixinha para você. Não aceite nada menos do que 97% se o seu dinheiro for passar mais de três meses aplicados e se você tiver pelo menos uns R$ 5.000,00 para aplicar.
Sei que esse tipo de cálculo às vezes confunde as pessoas, mas eu gosto é de ensinar a pescar, em vez de ficar dizendo o que é melhor “CDB ou Fundo ou TD?”
Faça a seguinte avaliação simplificada: verifique qual o nível de taxas de juros (atualmente está na faixa dos 9,25%). Compare as taxas de administração cobradas. Por exemplo, se a taxa for de 1% ao ano, subtraia dos 9,25, o que resultará em 8,25%. Veja que isso se aplica para uma permanência de um ano em um fundo de investimento ou pelo mesmo prazo no Tesouro Direto. Para comparar com o CDB, veja qual o percentual do DI que o banco irá lhe pagar. Se ele oferecer 98%, por exemplo, significa que, dos 9,25% ele lhe pagará 9,25 x 0,98 = 9,07% brutos, o que é melhor do que aplicar em um fundo com 1% de taxa de administração e um título do TD atrelado à Selic (LFT) que tenha uma taxa de custódia de 0,6%, acrescida de uma taxa da CBLC de 0,4%, totalizando 1%.
Lembre-se: o Tesouro Direto só deve ser utilizado para períodos mais longos, como 8 meses a um ano, porque o débito da taxa de administração é feito logo no começo da aplicação. Assim, se você aplicar por 6 meses, o seu rendimento seria de 4,52%* no período e você teria que pagar a taxa de 1%, logo, passando para 3,52% brutos. Se a mesma aplicação fosse feita com 98% do DI, o seu ganho seria de 4,43%.
*Calculada na forma de juros compostos (o que são juros compostos: definições e conceitos).
Prezado Humberto,
Já estou lendo o seu e-book “Aplique para mim – Tudo sobre o CDB”. É bem provável que já exista lá a resposta para o meu questionamento, mas a ansiedade em aplicar/investir faz com que eu não resista em te perguntar logo por aqui: atualmente o Banco do Brasil vem divulgando o seu produto “BB CDB DI Parceria”, que segundo a instituição é uma modalidade de CDB “que proporciona taxas diferenciadas normalmente oferecidas para grandes valores de investimento”. De acordo com o panfleto distribuído pelo banco, “quanto mais tempo seus valores permanecerem aplicados, maior será sua rentabilidade”, pois “o BB considera o volume e o tempo que os recursos permanecerem aplicados nessa modalidade para concessão de taxas diferenciadas”…
Pergunto: essa proposta é vantajosa? De que forma eu posso descobrir se o BB oferece – no caso desta modalidade de CDB – taxa superior a, no mínimo, 97%, conforme recomendado por você? Só conversando com o gerente?
Olá, Davi,
Agradeço a sua participação e a pergunta bastane específica.
Quanto ao produto que você menciona, o CDB parceria, sugiro que proceda como você mesmo sugeriu ao final do seu comentário. Pegue um lapis e papel e consulte o seu gerente para saber o que está sendo pago para o valor que está disponível para aplicar. Anote o percentual do CDB Parceria e o do CDB normal.
Eu acredito que está havendo um certo problema de pagamento de percentuais nesse CDB, pois soube que o parceria começa pagando menos e depois vai subindo. Isso pode não ser bom, principalmente porque você pode precisar do dinheiro no meio do caminho e vai ficar com a taxa baixa inicial do Parceria.
Você começou bem, lendo sobre o tema. Agora só falta fazer a cotação. Cote e, se houver alguma dúvida, volte a comentar.
Abraço do Beto