Continuando a história de ontem sobre os problemas que o vencimento de títulos classificados junk bonds irão acarretar em 2012, vale lembrar um pouco qual a origem do problema.

O que aconteceu foi o seguinte: em 2007, quando o dinheiro estava jorrando feito água, alguns fundos de investimento em capital de empresas (denominados no exterior de Private Equity e no Brasil de Fundos de Participações), adquiriram empresas, tomaram empréstimos por meio delas e, na expectativa que os negócios prosperassem, tinham interesse em colocá-las para vender no mercado de ações, ganhando com a valorização espetacular das empresas.

Como o dinheiro era fácil, pouca gente se preocupava com a perguntinha básica: essa empresa vai realmente conseguir me pagar de volta? De fato, como o dinheiro grande parte das vezes não é de quem toma esta decisão, mas de quem administra o tutu dos outros, é fácil fazer caridade com o chapéu alheio. Aliás, papéis junk prometem pagar taxas elevadas (receber é que são elas), e esses administradores “contabilizam” como lucro o ovo ainda na galinha, prática que lhes garante um excelente peru no Natal.

Portanto, vamos deixando isso para lá que a conta, de qualquer maneira, é nossa.