O termo aportes mensais não me parece adequado para o caso do Tesouro Direto, mas vou comentar sobre isso mais à frente. Vamos à pergunta do Messias Brito:
Prezado Beto, me ocorreu uma dúvida sobre o NTNB-Principal. Caso eu resolva fazer aportes mensais no mesmo título, como ficam os rendimentos e a mordida do leão? Cada aquisição de título rende e sofre IR em separado? E isso vai prejudicar os rendimentos? O q seria melhor ir depositando pequenas quantias diretamente no TD ou acumular primeiro na poupança uma quantia razoável e depois adquirir os títulos?
Antes de começar, vamos nos lembrar que quando se fala sobre o mesmo título, para quem não conhece ainda o Tesouro Direto, estamos nos referindo a uma determinada emissão de NTN–B (ou LFT, ou LTN…), isto é, um papel que irá vencer na data estipulada na sua identificação.
Exemplos de 5 diferentes papéis:
- NTNB Principal 150519
- NTNB 150535
- NTNB Principal 150535
- LTN 010117
- LFT 070317
Não sou muito adepto ao uso do termo “aportes mensais”. No Tesouro Direto as pessoas compram títulos. Este termo “aporte” está mais adequado aos planos de previdência. Dito isso, o rendimento de cada uma das compras será considerada separadamente, mesmo que o título adquirido em um mês seja o mesmo que o investidor comprou no mês anterior. Portanto, nada importa o que for feito no futuro ou o que foi feito no passado. Cada compra será considerada separadamente tanto para o efeito do rendimento quando para o da tributação. Em consequência do que foi dito não há prejuízo para o rendimento.
Não quero ser chato quando comento a terminologia utilizada para designar as aquisições, mas o investimento no Tesouro Direto é uma modalidade um pouco parecida com a do mercado de ações. Você não deposita seu dinheiro em uma ação, você compra a ação. Aqui também, você compra o título.
Sobre se é melhor acumular o dinheiro na poupança ou comprar direto, lembre-se que, como quando se compra qualquer coisa, poderá levar tantas unidades quantas a fração possível. Vou explicar: se uma maçã custar R$3,40, você não poderá comprar R$ 10,00 de maçãs. Como a quantidade mínima é a unidade, terá que levar apenas duas para casa e sobrarão R$3,20.
Com os títulos do Tesouro Nacional vendidos pelo Tesouro Direto não é diferente. Você compra “pedaços” equivalentes a um décimo do título, logo, a compra será sempre um múltiplo de um décimo do valor do título, o que implica que suas aquisições mensais terão esta restrição.
Tendo isso em mente, se o investidor quiser realizar aquisições mensais, não é necessário usar a Poupança, a menos para guardar os valores que “sobrarem” daquilo que pretendia investir. Exemplo: o investidor quer aplicar R$500, mas os títulos os quais pretende adquirir custarão, R$487. Os R$13 restantes ele pode deixar na Poupança. Assim, se o objetivo é montar uma carteira de TD, creio que seria melhor ir adquirindo mensalmente, destinando o que exceder o valor dos títulos para a Poupança.
Boa noite Humberto. Sou grande admirador do seu trabalho e inclusive adquiri seu livro sobre TD. Gostaria de saber se já existe alguma atualização dele, pois eu o adquiri faz mais de 1ano.
Grande abraço e torço muito pelo seu sucesso
Obrigado pelos esclarecimentos Beto! Ah, muito importante a observação das distinções entre os termos e a indicação da semelhança entre TD e Mercado de Ações.
Abç!
Parabéns pelo texto e o blog.
Estou acumulando para minha aposentadoria lá por 2020 e tenho uma dúvida sobre a troca de títulos que gostaria da sua ajuda.
Comprei 40 NTNB Principal 150515 ha 12 meses atrás com taxa média de 2,26%, PM de R$ 2.087,11. A princípio iria levá-las até o vencimento.
Gostaria de saber se é vantagem fazer a seguinte operação:
1) Vender estes títulos NTNB Principal 150515 por R$ 2.197,25 (preço de hoje).
2) Comprar com estes recurso NTNB Principal 150519 (a 6%, custo de R$ 1.695,95) para levar até o vencimento.
Na minha percepção, mesmo pagando o IR, estes +/- 3,7% ao ano que terei de diferença por mais 17 meses compensa.