Rentabilidade da Poupança

Aproveito os dados de um levantamento da Economática publicados pela Folha de São Paulo e faço esta postagem de hoje, que também deriva de uma informação sobre o fato de que o rendimento da poupança foi menor do que a inflação neste mês de novembro de 2010, quando a inflação, medida pelo IPCA atingiu 0,83% e a Poupança rendeu 0,535% no mês.

Rentabilidade da Poupança na década

Rentabilidade nominal

2000 – 8,32%
2001 – 8,63%
2002 – 9,27%
2003 – 11,21%
2004 – 8,10%
2005 – 9,21%
2006 – 8,40%
2007 – 7,77%
2008 – 7,90%
2009 – 7,05%

Rentabilidade real

2000 – 2,21%
2001 – 0,89%
2002 – (2,09%) (negativo)
2003 – 1,75%
2004 – 0,46%
2005 – 3,33%
2006 – 5,10%
2007 – 3,17%
2008 – 1,89%
2009 – 2,63%
Fonte: Folha/Economática

A preocupação com os juros reais (O que são juros reais) é importante, mas, seria isso uma tragédia? Foi privilégio da Poupança? Bom, em toda situação na qual os juros começam a cair, a Poupança tem um desempenho muito razoável, comparado com aquele dos outros investimentos.

Vamos começar pelo DI ou pela Selic, que são muito próximos. Vou utilizar os dados da Selic que são mais acessíveis. O Copom acaba de confirmar a taxa de 10,75% ao ano, que já estava em vigor. Se você tiver uma aplicação de um único mês, a taxa de retorno bruta (que foi a mesma de novembro), ficaria em 0,85%.

Opa, mas ela ficou maior do que a inflação! Calma que não é bem assim. Para uma aplicação de um mês, os investimentos que não a Poupança e as ações, sofrem uma tributação de 22,5% de imposto de renda, o que resulta em um rendimento líquido de 0,66%.

Acabou aí? Não, você já deveria imaginar…

Se o seu dinheiro estiver rendendo 100% do DI ou da Selic estaria terminada a conta, mas, muito provavelmente, não é este percentual que você está recebendo. Se for 95% do DI, você embolsaria 0,63% no mês de novembro. Para esse tipo de resultado, seria necessário aplicar algo mais do que uns R$ 30.000,00 em CDB-DI.

Se o seu dinheiro estivesse em um fundo de investimento, aí a coisa iria complicar um pouquinho mais. Vamos ver como ficaria para uma taxa de administração de 1%, 2% e 3% ao ano:

Taxa de administração de 1% renderia líquido 0,60% no mês, de 2% renderia 0,53% e de 3% 0,47%.

Logo, a partir de uma taxa de administração de 2% a Poupança sai ganhando para aplicações de um mês. Este quadro muda um pouco de figura para períodos mais longos, porque a tributação dos fundos e dos CDB se reduzem com o tempo.

Usando a tributação mais baixa, para recursos que fiquem parados por mais de 720 dias, sujeitos a uma alíquota de 15% sobre o rendimento, e fazendo os mesmos cálculos mensais, os resultados seriam:

Taxa de administração de 1% renderia líquido 0,66% no mês, de 2% renderia 0,58% e de 3% 0,52%.

Finalmente, se as taxas de juros caírem, o que é o plano do Governo que se instala, salvo se alterarem mais uma vez o cálculo da Poupança, a velha caderneta ainda pode dar muitas alegrias.