Ações: como investir

Ações: como investir. Sim, você pode aplicar em ações (veja aqui o que são ações) por você mesmo. A mecânica da aplicação é fácil, mas a análise das empresas nas quais se pretende investir depende de uma quantidade maior de informação.

Não quero aqui desencorajar quem tenha o interesse de se dedicar com mais afinco à tarefa de operar no mercado, mas, para quem já conhece meu estilo, sabe que sou mais adepto de deixar esta decisão para o próprio mercado (veja esta postagem: Ações individuais ou fundos de ações de índices?), pegando carona em um fundo de índices, por exemplo.

Seguem, então, o primeiros passos básicos.

Ações: como investir:

Passo 1: Abra a conta em uma corretora.

Normalmente, as corretoras (veja aqui o que é uma corretora)cobram alguma tarifa de manutenção de contas (algumas cobram a taxa de custódia, que é uma manutenção mensal se você tiver ações), mas que você pode encontrar alguma que isente esta cobrança. Tendo a conta aberta, fica mais fácil você começar a realizar suas aplicações. Para fazer isso você pode optar por:

a) ir pessoalmente a uma corretora, se já tiver alguma de preferência;
b) falar com o gerente do seu banco para utilizar a corretora desta instituição; ou
c) acessar na Internet a página da BM&FBovespa, que lista uma série de corretoras autorizadas a operar com o home broker (calma que já vou explicar).

A opção “a” é a mais trabalhosa, porque vai exigir deslocamento até o local da corretora. A opção “b” é a mais simples, mas os custos das corretoras de bancos são, normalmente, maiores do que aqueles da opção “c”. Esta última é, na maioria das vezes, aquela que irá trazer o menor custo.

Passo 2: Decida quanto irá investir.

Como já comentei anteriormente, você precisa ter em mente qual o percentual daquilo que está disposto a poupar mensalmente irá para as aplicações em ações. Esta proporção depende do seu perfil de tolerância ao risco.

Há uma regra de bolso, considerando que você tenha uma boa capacidade de lidar com perdas, que você limite sua aplicação à diferença da sua idade para 100. Vou mostra um exemplo:

Suponha que você tenha 30 anos e uma boa tolerância ao risco, o máximo que você deve alocar em investimentos de renda variável é 70% (100 – 30) das suas aplicações.

Passo 3: Escolha as empresas que irá comprar.

Esta é a parte mais demorada da aplicação, porque são necessárias muitas informações para que você possa escolher com segurança aquelas empresas nas quais pretende colocar o seu dinheiro.

Há muitas formas de fazer isso, mas vou restringir meu comentário a dizer que você pode, com base na lista de corretoras disponível na página da Bovespa, procurar as indicações e análises que estas corretoras divulgam em suas páginas na Internet. É uma boa maneira de começar a estudar sobre o assunto.

Atenção: tome muito cuidado com “dicas” que são publicadas em salas de bate-papo e fóruns de discussão (blogs, inclusive). Procure informação confiável, o que se traduz em documentos técnicos elaborados por analistas capacitados.

Se você não quiser estudar sobre ações específicas, mas quiser aplicar na bolsa, a melhor opção é escolher fundos de investimentos em ações.

Passo 4: Dê a ordem de compra para sua corretora.

Para entender o que é o home broker, comece entendendo como se compram ações. Vou explicar de forma simplificada. Quando você quer comprar uma determinada quantidade de ações de uma empresa, você dá uma ordem de compra à corretora. Em linhas gerais, você deve determinar a ação e a quantidade dessas ações que está interessada em adquirir. Note que é necessário informar o código da ação, que é uma seqüência de letras e números para indicar qual a empresa, se a ação é ON ou PN, dentre outros aspectos. O código da ação da Petrobrás preferencial nominativa é PETR4, por exemplo. A página inicial da Bovespa permite que você consulte os códigos das ações das empresas negociadas na bolsa.

Voltando à ordem de compra, você pode estabelecer ainda o preço máximo que está interessado em pagar, ou dizer que comprará pelo menor preço que os possíveis vendedores estiverem oferecendo naquele momento. A corretora irá executar esta ordem, isto é, remetê-la para a bolsa de valores (no nosso caso a Bovespa). A bolsa irá divulgar a ordem e aquelas pessoas interessadas em vender a ação que você procura nas condições que você estabeleceu farão o caminho contrário, informando à bolsa, sempre por meio de uma corretora, que aceitam fechar o negócio.

Observe que as corretoras, sua e do vendedor, na grande maioria das vezes, não serão a mesma.

Antes de discutir o Home Broker, se você for vender as suas ações, o caminho é o mesmo, sendo que você irá dar uma ordem de venda para a sua corretora, e toda a operação que descrevi acontecerá sendo você o vendedor.

Finalmente, sobre o Home Broker, ele nada mais é do que um sistema de computador, pela Internet, no qual você, em vez de ligar para a sua corretora para falar com um operador e colocar a ordem, faz tudo isso sozinho, sem falar com ninguém. Igualzinho ao Home Banking, que é o acesso à sua conta no banco pela Internet (broker é corretor em inglês).

A vantagem desse sistema é que algumas corretoras cobram mais barato pelas operações realizadas por ele, do que se você ficar ligando e ocupando um operador.

Passo 5: Acompanhe suas ações.

Quando você adquire ações de uma empresa, como já falei várias vezes neste livro, você virou sócia dela. Com a máxima de que “o olho do dono é que engorda o boi” em mente, não convém deixar sua empresa abandonada. Infelizmente você pode não ter direito a voto, portanto, é muito importante que você esteja acompanhando o desenvolvimento da empresa onde está o seu rico dinheirinho.

Esta é uma tarefa que vai necessitar de tanta dedicação quanto aquela do passo 3. Você precisará de informação para fazê-lo. Acompanhar as notícias de jornais, as recomendações das corretoras e das consultorias (muitas vezes esta informação estará disponível gratuitamente na Internet, mas é necessário pesquisar).

Se este não é muito o seu forte, então é a hora de você pensar em um fundo de ações.